Pornografia. Suspeitos têm entre 25 e 30 anos e são de todos os níveis sociais Polícia Judiciária identifica pessoas nos Açores e no MinhoJovens de todos os estratos sociais com idades entre os 25 e os 30 anos, de Norte a Sul do País, na maioria homens, mas onde se encontram também mulheres, possuidores de material pornográfico com crianças entre os seis e os dez anos. É este o retrato do grupo das 23 pessoas identificadas na quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), numa operação de combate à pedofilia na Internet.Depois de as primeiras notícias sobre o caso darem conta da identificação de um advogado no Sul de Portugal, o DN sabe que os suspeitos se estendem por outras zonas do País. Do Norte até às ilhas. Nos Açores, a PJ identificou um homem em Santa Maria. Quatro agentes da Judiciária envolvidos nesta operação deslocaram-se à segunda ilha do Grupo Oriental e terão apreendido material que pode ajudar a desmistificar a eventual responsabilidade daquele indivíduo em relação ao material apreendido, bem como a sua ligação a uma rede internacional de distribuição de pornografia de menores.Já no Minho, a PJ procedeu a uma única operação, no caso específico em Vila Nova de Famalicão. Aí, foi identificado um indivíduo, a quem foi apreendido material informático que continha pornografia infantil.A Judiciária está a proceder à análise do material apreendido na quarta-feira, nomeadamente 25 computadores de secretária, 13 portáteis, 33 cartões de memória, quatro máquinas fotográficas, 709 discos ópticos, 23 discos rígidos externos, um PDA e cinco telemóveis. "Só após a recolha de prova, nada fácil de obter quando se 'navega' num espaço virtual, será possível proceder a detenções se for caso disso", disse ao DN Carlos Cabreiro, subdirector da Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF).Carlos Cabreira alerta para o facto de "independentemente da utilização destes programas - nomeadamente do peer-to-peer (ponto a ponto) - garantirem o anonimato, o sistema legal permite à PJ chegar à identificação dos utilizadores.Utilizadores esses que, embora não tenham um perfil pré-definido, são, como o DN apurou, pessoas mentalmente desequilibradas. "Tilman Furniss, um psiquiatra infantil alemão, costuma dizer que um pedófilo não tem chifres; ou seja; não tem escrito na testa que o é. No entanto, são pessoas com perturbações mentais compulsivas e incontroláveis. Daí que, em muitos países, o código penal preveja a adopção de terapias como a castração." Quem o diz é o psiquiatra Álvaro Carvalho, presidente da Associação de Rede de Cuidadores. Com Paulo Julião (Viana do Castelo) e Paulo Faustino (Açores)
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