Viana do Castelo, 26 Ago (Lusa) - A Serra d'Arga, em Caminha, recebe quinta e sexta-feira milhares de romeiros, que, por tradição, vão pedir a S. João cura para quistos, verrugas, doenças de pele e infertilidade ou mesmo uma "ajudinha" para arranjarem casamento.
É a Romaria de S. João d'Arga, uma das mais típicas do calendário festivo do Alto Minho, sempre responsável por uma "invasão" de gente, muita da qual, no entanto, vai, apenas e só, à procura do som característico dos tocadores de concertina e tocadores ao desafio, que se fazem ouvir, em animadas rusgas, até às tantas da madrugada.
Para afinar as gargantas e aquecer o corpo, que a aldeia fica a uma altitude de cerca de 800 metros e, de noite, o frio aperta, os romeiros têm ao seu dispor, em várias tasquinhas, o "chiripiti", uma bebida fortemente "aconselhada" por Francisco Sampaio, ex-presidente da agora extinta Região de Turismo do Alto Minho.
"É uma mistura de mel e de aguardente, produzidos na serra. Um cálice, ou dois, ou mesmo três, não fazem mal nenhum, pelo contrário", assegura Sampaio.
Muitos romeiros mantêm viva a tradição de ir a pé até S. João d'Arga, como acontece com um grupo que conta já com mais de 70 pessoas e que partirá de Vila Praia de Âncora bem cedo, para chegar à capela pelo meio-dia, após ter percorrido cerca de 25 quilómetros.
Há também muitos solteiros que não desperdiçam a oportunidade de irem até ao "penedo do casamento", situado no alto da serra e que, segundo a lenda, consegue "arranjar testo para qualquer panela", tudo dependendo da perícia de quem quer casar.
"A pessoa atira uma pedra para o penedo e se ela ficar em cima dele, à primeira, é sinal que casa no prazo de um ano. Se for à segunda, tem que esperar dois anos. E por aí fora", explica Francisco Sampaio.
Com o humor que lhe é peculiar, o homem-forte do turismo do Alto Minho conta que o "desespero" de quem recorre ao penedo está bem patente nesta quadra, que é uma das mais citadas quando se fala daquela romaria: "Ó meu Senhor S. João / Casai-me que bem podeis / Já tenho teias de aranha / Naquilo que bem sabeis".
Normalmente, e ainda segundo Francisco Sampaio, os romeiros também não se esquecem de deixar uma esmola ao diabo, representado por um dragão que figura numa estátua debaixo da pata do cavalo de S. Miguel, não vá o "bicho" levar a mal e desatar a fazer "diabruras" ao longo do ano.
Fé e lendas à parte, a romaria é característica pelas rusgas de cantadores ao desafio e tocadores de concertina, pela noite dentro, até às tantas da madrugada.
Segundo Marinho Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de Arga S. João, chegam a juntar-se por ali, à volta da capela, 100 ou 200 homens e mulheres a tocar e a cantar.
"É uma coisa simplesmente única", garante o autarca.
Durante dois dias, a aldeia esquece os problemas da desertificação e do envelhecimento, bem patentes nos números: ali vivem pouco mais de 100 habitantes e a esmagadora maioria conta já com mais de 60 anos.
A freguesia tem apenas 78 pessoas recenseadas, pelo que o presidente da Junta é eleito em plenário de eleitores, como acontece em todas as localidades onde o número de votantes não ultrapassa os 150.
A freguesia não tem qualquer escola e, por isso, os poucos jovens que ali vivem são obrigados a deslocar-se a Gondar, Dem ou Caminha, consoante frequentem o jardim-de-infância, o 1º ciclo ou o 2º ciclo.
Com uma área de 13 quilómetros quadrados e situada nas fraldas da Serra d'Arga, a freguesia de S. João conta com apenas 25 fogos.
É a Romaria de S. João d'Arga, uma das mais típicas do calendário festivo do Alto Minho, sempre responsável por uma "invasão" de gente, muita da qual, no entanto, vai, apenas e só, à procura do som característico dos tocadores de concertina e tocadores ao desafio, que se fazem ouvir, em animadas rusgas, até às tantas da madrugada.
Para afinar as gargantas e aquecer o corpo, que a aldeia fica a uma altitude de cerca de 800 metros e, de noite, o frio aperta, os romeiros têm ao seu dispor, em várias tasquinhas, o "chiripiti", uma bebida fortemente "aconselhada" por Francisco Sampaio, ex-presidente da agora extinta Região de Turismo do Alto Minho.
"É uma mistura de mel e de aguardente, produzidos na serra. Um cálice, ou dois, ou mesmo três, não fazem mal nenhum, pelo contrário", assegura Sampaio.
Muitos romeiros mantêm viva a tradição de ir a pé até S. João d'Arga, como acontece com um grupo que conta já com mais de 70 pessoas e que partirá de Vila Praia de Âncora bem cedo, para chegar à capela pelo meio-dia, após ter percorrido cerca de 25 quilómetros.
Há também muitos solteiros que não desperdiçam a oportunidade de irem até ao "penedo do casamento", situado no alto da serra e que, segundo a lenda, consegue "arranjar testo para qualquer panela", tudo dependendo da perícia de quem quer casar.
"A pessoa atira uma pedra para o penedo e se ela ficar em cima dele, à primeira, é sinal que casa no prazo de um ano. Se for à segunda, tem que esperar dois anos. E por aí fora", explica Francisco Sampaio.
Com o humor que lhe é peculiar, o homem-forte do turismo do Alto Minho conta que o "desespero" de quem recorre ao penedo está bem patente nesta quadra, que é uma das mais citadas quando se fala daquela romaria: "Ó meu Senhor S. João / Casai-me que bem podeis / Já tenho teias de aranha / Naquilo que bem sabeis".
Normalmente, e ainda segundo Francisco Sampaio, os romeiros também não se esquecem de deixar uma esmola ao diabo, representado por um dragão que figura numa estátua debaixo da pata do cavalo de S. Miguel, não vá o "bicho" levar a mal e desatar a fazer "diabruras" ao longo do ano.
Fé e lendas à parte, a romaria é característica pelas rusgas de cantadores ao desafio e tocadores de concertina, pela noite dentro, até às tantas da madrugada.
Segundo Marinho Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de Arga S. João, chegam a juntar-se por ali, à volta da capela, 100 ou 200 homens e mulheres a tocar e a cantar.
"É uma coisa simplesmente única", garante o autarca.
Durante dois dias, a aldeia esquece os problemas da desertificação e do envelhecimento, bem patentes nos números: ali vivem pouco mais de 100 habitantes e a esmagadora maioria conta já com mais de 60 anos.
A freguesia tem apenas 78 pessoas recenseadas, pelo que o presidente da Junta é eleito em plenário de eleitores, como acontece em todas as localidades onde o número de votantes não ultrapassa os 150.
A freguesia não tem qualquer escola e, por isso, os poucos jovens que ali vivem são obrigados a deslocar-se a Gondar, Dem ou Caminha, consoante frequentem o jardim-de-infância, o 1º ciclo ou o 2º ciclo.
Com uma área de 13 quilómetros quadrados e situada nas fraldas da Serra d'Arga, a freguesia de S. João conta com apenas 25 fogos.
JN
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