O estado da saude! Quem quer regressar a Portugal ?

Setúbal - Marido da vítima acusa médico do hospital de negligência

Marido da vítima acusa médico do hospital de negligência
Jovem mãe morre a um minuto do hospital Patrícia Gonçalves morreu, vítima de uma paragem cardíaca, na madrugada de sábado, quando os médicos a tentavam reanimar numa ambulância a menos de um minuto de distância do Hospital de São Bernardo em Setúbal. O marido atribui a culpa ao hospital dizendo que não terá sido "atendida da forma mais correcta nas Urgências, na madrugada anterior". Patrícia tinha sido mãe há oito dias.

José Carlos Dias conta que a mulher se sentiu mal na madrugada de sexta-feira, pelo que o casal se dirigiu às Urgências de Setúbal. "O médico foi negligente. Disse que estava muito ansiosa, que fosse para casa e que tomasse um analgésico. Não lhe fez quaisquer exames", contou.

"Na madrugada seguinte, a minha mulher queixou-se de que tinha uma perna inchada e de que não a conseguia mexer. Fomos a correr para o carro. Vi-a morrer, ela só me disse: ‘Toma conta do bebé porque vou morrer.’ Depois deu-me o David para os braços e caiu."
José Dias diz que a ambulância do INEM chegou cerca de sete minutos depois, pelas 02h51. "Fizeram tudo o que puderam, foram incansáveis", contou. "Reanimaram-na, mas, mal a ambulância arrancou, o coração não resistiu.

Pararam de novo, ainda no Bairro Afonso Costa, e chamaram o outro carro com os médicos, enquanto a tentavam reanimar, disse. Mal tinham arrancado de novo, a ambulância fez outra paragem, na Praça de Portugal, numa última tentativa de reanimar a jovem, que acabaria por falecer antes de chegar ao hospital.

HOSPITAL NÃO ENCONTRA MATÉRIA PARA INVESTIGAÇÃO

Um dia após a morte de Patrícia Gonçalves, vítima de paragem cardíaca, a administração do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, não possuía matéria que lhe permitisse avançar para uma investigação sobre alegada negligência médica, revelou fonte do hospital. Nas próximas horas, a administração decidirá sobre a produção de um comunicado relativo à forma como a jovem foi atendida nas Urgências, oito dias depois de dar à luz no mesmo hospital.

E no que o marido classificou de um parto normal. Segundo José Dias, não é ainda conhecido o resultado da autópsia. Patrícia Gonçalves sofria de asma, mas, garante o marido, nunca se queixou do coração em dez anos de vida em comum. O funeral de Patrícia Gonçalves é amanhã, pelas 10h00, depois de o corpo permanecer em câmara ardente na capela do Socorro (junto ao Convento de Jesus), em Setúbal.

DISFIBRILHADOR LEVA A PARAGEM DE AMBULÂNCIA

O uso do disfibrilhador para reanimar Patrícia Gonçalves obrigou a que a ambulância estivesse parada a um minuto do hospital de São Bernardo, em Setúbal. As tentativas de reanimação na rua por mais de 45 minutos causaram estranheza a familiares e amigos que não entendiam por que motivo a ambulância não avançava.

De acordo com o marido, a tripulação tentou reanimar a vítima enquanto não chegava a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). A médica responsável pela delegação regional de Lisboa do INEM, Teresa Pinto, explica que "as manobras de reanimação", com recurso ao desfibrilhador, " não são tão eficazes se feitas em movimento".

CASOS POLÉMICOS

Caldas da Rainha
Em Fevereiro, uma bebé transportada no carro do pai para o Hospital das Caldas da Rainha, por indicação de Linha de Saúde 24, acabou por morrer.
Viseu
Em Agosto, uma médica do Hospital de S. Teotónio, em Viseu, mandou Amélia Rodrigues, grávida, duas vezes para casa. Viria a ser internada: bebé estava morto.
Aveiro
Em Julho, um emigrante acusou o Hospital de Aveiro de negligência por falha de diagnóstico.
João Saramago com T.E.