Tavira - segundo caso de afogamento no Algarve em menos de uma semana

Menino de 3 anos morre em piscina.

Um menino de três anos morreu afogado, ontem, cerca das 09h30, na piscina colectiva de um empreendimento turístico em Santa Catarina da Fonte do Bispo, no concelho de Tavira. É o segundo caso de morte numa piscina registado no Algarve em menos de uma semana

Daniel, filho de um casal de imigrantes russos, terá aproveitado uma distracção momentânea do pai, Igor, de 45 anos, jardineiro no empreendimento, e dirigiu-se para a piscina, que não tem qualquer vedação.

"O pai estava a limpar as folhas que, durante a noite e devido ao vento, se espalharam por uma vasta área; e a criança, ao seu lado, esperava que a mãe a viesse buscar para levá-la a uma escola especial que frequentava por ter problemas de audição", contou ao CM um colega do pai da criança, que solicitou o anonimato.

Segundo o funcionário do empreendimento que esteve no local da tragédia, "o menino afastou-se um pouco e, devido ao vento, o seu boné terá voado da cabeça e caído na piscina, que àquela hora matinal se encontrava deserta".

O que se passou a seguir não teve testemunhas mas tudo leva a crer que a criança terá caído à água na tentativa de recuperar o boné. "O Daniel até tinha medo da água, nunca entrava sozinho na piscina, pelo que deverá ter escorregado e caído", disse a mesma fonte ao CM.

Momentos depois, o pai deu por falta do filho e foi procurá-lo. "Passou pela piscina, que estava coberta de folhas, e só depois de muito procurar conseguiu descortinar o menino dentro de água", contou o funcionário do empreendimento.

Seguiram-se momentos de grande aflição, com o pai agarrado à criança, enquanto o socorro não chegava. Ao local deslocou-se uma VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) e uma ambulância do INEM mas já nada pôde ser feito. "A criança estava em paragem cardiorrespiratória.

Foram-lhe ministradas manobras de suporte avançado de vida, mas sem sucesso", disse ao CM fonte do INEM, entidade que se limitou a confirmar o óbito.
A mãe, que trabalha no quartel do Exército, em Tavira, e que há 15 também perdeu uma filha, então com cinco anos, vítima de afogamento numa lagoa da Rússia, é agora a principal preocupação.

"Não sei como vai reagir a este novo desgosto.

Há 15 anos, perdeu a filha, de cinco, de forma trágica, também afogada. Divorciou-se então do primeiro marido, casou com o Igor e, há cerca de sete anos, emigrou para o Algarve", conta um amigo de Igor. "Há quatro anos nasceu o Daniel e, apesar de o menino ter problemas de saúde, veio minimizar o desgosto da outra menina.

Agora, não sei como a mãe vai aceitar mais esta desgraça", lamentou, concluindo, o colega de Igor.